quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Juntando um gato e um cachorro velhos sob o mesmo teto

Meu noivo tem um gato chatinho chamado Miki, está com ele há uns 8 anos (chutamos que deve no fim ter a mesma idade do Luke), que não é nada sociável mas pelo menos não é daqueles bichos endemonados que atacam as pessoas pelas costas e tal. Foi cogitado que ele continuasse a morar na casa dos pais dele, porque foi a casa que ele sempre morou e tudo mais, mas ao mesmo tempo ele é muito apegado ao meu noivo, é a única pessoa no mundo que ele ama e confia (e é quando ele dá sinais de ser um gatinho manhoso, fora isso ele não tá nem aí com o resto da família xD).

Seguimos algumas dicas que a veterinária do Luke deu e outras que vimos na internet. O cachorro nunca tinha visto um gato de perto e o gato nunca tinha visto um cachorro pessoalmente. Os dois são velhinhos, ambos são medrosos e nada possessivos. Esse foi o jeito que fizemos mas talvez não seja a fórmula perfeita!

Não tínhamos nada a perder se o Miki e o Luke não conseguissem conviver, tentaríamos e se não desse certo ele voltaria para a casa de sempre e pronto. Primeiro esperamos o Luke se acostumar com a casa nova, por mais ou menos um mês, e aprender que aquele seria o novo lar dele. Enquanto isso, levamos uma roupa velha do Luke pro Miki cheirar e uma coberta do Miki pro Luke cheirar. Nenhum dos dois rejeitou a peça, o Luke chegou até a dormir em cima da coberta! (e depois de um tempo aqui o Miki voltou a usar a coberta sem problemas)


E então o Miki chegou. Não deixávamos os dois soltos na casa ao mesmo tempo, quando um estava solto o outro ficava preso no quarto. A sala era o ambiente comum deles. Quando achamos que o Miki parecia tranquilo com os cheiros e espaço, apresentamos os dois através de uma grade. Não deu certo porque o cachorro, que tava acostumado a latir no portão, se sentiu muito corajoso e latiu pro gato, que corajosamente mostrou os dentes e se escondeu embaixo da cama pelo resto do dia.

Foi um grande passo para trás. Esperamos o Miki se sentir mais a vontade de andar pela casa de novo para tentar uma nova reaproximação, desta vez ele ficava dentro da caixa de transporte e o Luke preso pela guia, a uns 10 passos de distância. Esperávamos o Miki ficar numa posição confortável e corrigíamos o Luke sempre que ele tentava alguma reação brusca: ele tinha que aprender a relaxar e não ficar tão curioso sobre o gato. Chegamos até a inverter, colocando o Luke na caixa e o Miki solto. Todos os dias, cada vez deixando a caixa mais perto e o tempo de exposição maior.

"Hmmm... estava só checando este chiqueiro"

Até que um dia, acho que quase 2 semanas depois, sentimos que os dois estavam ficando confortáveis com a presença do outro até que rápido e estando bem perto. Resolvemos abrir a caixa do Miki e depois de um tempo soltar a guia do Luke. Eles já não estavam mais incomodados ou muito curiosos um sobre o outro. Finalmente conseguimos deixar os dois juntos na casa!

Victory!!!

No começo o Miki ainda assustava muito com o jeito desengonçado do Luke e o Luke não entendia muito bem a linguagem corporal do Miki. Com o passar dos dias os dois foram se acertando sozinhos e agora estão no ponto de um roubar a comida e os brinquedos do outro e a compartilhar (não ao mesmo tempo) o mesmo pote de água! Não são melhores amigos, daquelas fotos fofas de animais dormindo juntinhos, mas pelo menos convivem bem, ficam perto, nunca brigaram e isso para nós já está ótimo! Era a minha maior expectativa dado o perfil das crianças, haha.

"Ops. Então... estava só checando de novo"

O gato também está mais feliz no geral: super confortável com o novo lugar, transferiu todas as manias dele, adaptadando-as e também está mais brincalhão, roubando muitas vezes os meus elásticos de cabelo. =P

Como disse antes, acho que o fato de terem a idade avançada ajudou porque cachorro quando é novo e quer brincar é foda, é muita energia e chega a pentelhar demais, haha. No começo foi muito ruim eles serem medrosos, qualquer barulhinho já fazia algum deles pular, mas serem um pouco desprendidos de bens materiais ajudou na hora de compartilhar os cheiros e a conviver no mesmo lugar.

terça-feira, 22 de setembro de 2015

Viajando com o cachorro de avião - parte 4: chegando nos EUA!

Welcome do United States, weee!

Não foi uma recepção muito calorosa, de todas que tive, esta com certeza foi a pior (porque a onda de coco nunca vem pequena, não é mesmo? xD). As filas da imigração só não estavam piores que as da alfândega, todas provavelmente causadas por vários voos que chegaram juntos, incluindo um da Índia. Sério, nunca vi uma fila para sair das esteiras das malas que desse a volta no espaço inteiro! E só porque eu estava ansiosa tive a sorte de pegar o agente que é novo e quer mostrar serviço, fazendo uma penca de pergunta, se sentindo importante por ser sarcástico e que era tão novo no negócio que nem sabia a ordem para colocar as digitais no leitor. Lazarento.

Consegui pegar minhas malas, sair, encontrar com meu noivo e os pais dele e então começar uma nova saga para tirar o Luke do aeroporto. Primeiro andamos pacas pra encontrar o escritório que lida com os pets (eles mudaram de nome e o despachante nos deu direções erradas) e quando finalmente o encontramos fomos informados que a alfândega que libera animais só abriria meio dia e eram seis horas da manhã por uma funcionária que tinha tanta vontade de trabalhar quanto uma samambaia. PQP vei, como assim? Por quê só meio dia? POR QUÊ???

Minha vontade era entrar lá, pegar meu cachorro no colo e levá-lo embora, mas nããão... tivemos que ir, deixar minhas malas, tomei um banho, me alimentei e voltamos para o aeroporto, gastando mais ou menos 1 hora e meia em cada trecho dessa brincadeira e pagando estacionamento mais uma vez.

Chegamos lá de novo mais ou menos 1 da tarde e o Luke estava liberado sem problemas, weee! Tive apenas que mostrar o Draft, que o despachante me deu. Ele deve ter passado tanto medo nesse período todo que ele não ficou super feliz em me ver, estava meio em estado de choque e chorando. Aí eu sou uma manteiga derretida, chorei junto e só não o abracei ali porque ele estava todo mijado, haha. Haviam realmente dado água gelada para ele e não tenho certeza absoluta se ele passeou, mas havia guias e funcionários andando pelo lado de fora com cachorros mesmo. Também nos devolveram todos os documentos envolvidos: a carteira de vacinação, os exames, etc.

Foi meio complicado sair com aquela caixona de lá, os elevadores não davam acesso àquele piso, não há carrinhos de mala gratuitos e meu noivo deu uma baita volta pra conseguir parar o carro ali perto. Graçasadeus a viagem dele estava terminando. Antes ele tinha muito medo de carro, chegou até a fazer um xixizinho certa vez, só que ele estava tão cansado e talvez mais tranquilo, que capotou e dormiu o caminho de volta todo.

Que baderna, mamãe
Depois foi aquele mini auê de limpar a sujeira toda da caixa (Lysol, um produto de limpeza sensacional, me salvou), jogar o pedaço de roupa que tinha fora, isolar a cobertinha na varanda e dar banho no cachorro e secá-lo com secador só pra estragar mais o dia dele, haha. Ele deve ter sofrido muito, mas foi para o bem dele, por uma vida melhor. E agora ele nem quer mais saber de entrar na caixa de transporte. xD

Foi um perrenguinho e a dica final que dou depois de tudo isso é: leve seu pet em uma viagem somente se não tiver jeito mesmo! Se pros EUA, que é mais fácil, eu já achei que foi sofrimento demais, imagina pra esses países que ainda exigem quarentena! Trouxe o cachorro que tinha certeza absoluta que aguentaria a viagem e não traria de jeito algum as outras duas que tenho, de focinho curto, ansiosas e com alguns probleminhas de saúde porque aí sim eu ficaria preocupada que elas não aguentassem. Só abriria exceção se existr alguma companhia que aceite pets na cabine em voos internacionais.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Viajando com o cachorro de avião - parte 3: o dia da viagem

Estava completamente maluca, babando espuma e a ponto de matar alguém. Além de todas as preocupações normais de uma viagem internacional eu ainda estava temendo ser a responsável por qualquer coisa de ruim que poderia acontecer ao meu cachorro durante a viagem, mesmo que a culpa não fosse minha (porque no fundo eu achava que seria, já que ele estava viajando por minha causa).

Segui todas as recomendações da empresa despachante, cortei a comida, dei uma voltinha pra ele esvaziar a bexiga e preparei a caixa, onde ele entrou só na última hora. Seguimos para o aeorporto sem problemas (trânsito incrivelmente amigável!) e, quando estávamos quase chegando, liguei para um dos despachantes que me encontraria no setor de cargas, conforme também havia sido instruída.

A explicação de onde encontrar o maldito setor de cargas foi a pior possível e não conseguiria explicar direito para ninguém. Sei que depois de muitas voltas, quase entrar em lugares proibidos e perguntar para algumas pessoas, encontramos o tal lugar. Piorando um pouco a situação, só um carro poderia seguir e ainda queriam que fossem só eu e o cachorro (isso não foi possível porque eu não sei dirigir, hehe). Tivemos problemas para tirar a caixa do carro porque o porta mala emperrou e o tiozinho da segurança já estava implicando porque estávamos demorando demais lá dentro, argh!

No fim tiramos o Luke de lá, dei a super volta até onde tinha uma rampa que dava acesso ao lugar onde ele ficaria, desmontamos e remontamos a caixa. O despachante colocou os adesivos exigidos (sobre a orientação da caixa, que se tratava de carga viva, que era um cachorro, meus dados, etc.) e os potinhos.


Ele ficaria esperando em uma salinha lá até o horário de ser colocado no avião, onde já havia um outro cachorro que seguiria no mesmo voo que o nosso (e pra piorar ele ainda iria dormir em um hotelzinho em Newark e seguir para Detroit, sozinho!). Lá estavam despachantes, funcionário da companhia aérea e funcionário do aeroporto que checava a documentação, que percebeu que faltava um carimbo em uma das vias do atestado internacional do Ministério da Agriculura. WHAT???

Sim, o veterinário que fez isso não viu, o despachante que foi lá não viu e o que estava lá comigo teve que correr até o terminal 3 (que ficava bem longe dali) para regularizar a papelada! Enquanto isso fiquei lá, com o Luke na coleira, conversando com uma despachante e o funcionário da United, que me deixaram bem tranquila. Eles disseram que é muito comum animais viajarem, que às vezes aquela sala ficava cheia de bicho que viajava desacompanhado e que realmente o que vai pra mídia são as histórias de horror. Também me adiantaram que chegando nos EUA dariam água, talvez oferecessem comida se fosse um voo maior que 12 horas e que até dariam uma volta com ele.

Depois de mais ou menos 1 hora, o despachante voltou, teve que recarimbar e assinar todas as vias por se tratar de outro veterinário mas que agora estava tudo certo. Luke entrou na caixa e eu teria que seguir pro meu check-in. Novamente acharam ruim que minha irmã ficou me esperando lá muito tempo. É chato, mas os caras devem ter muito medo de assalto de carga!

Quando entrei no avião, a primeira coisa que fiz foi perguntar para um comissário de bordo se ele teria como me avisar se meu cachorro estava dentro do avião. Ele foi muito solícito, decorou o acento onde eu estava e um pouco depois que a porta fechou ele veio me trazer um papel que o piloto recebe confirmando que os cachorros estavam lá. Ufa!


Acho que fiquei tão tensa e de repente relaxei quando vi que tudo parecia estar certo que dormi como nunca durante a viagem, coisa que geralmente não faço porque não consigo me ajeitar muito bem na poltrona!
Agora só faltava mais um pouco pra todo aquele auê terminar! >_<

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Viajando com o cachorro de avião - parte 2: preparação

Até hoje não tenho certeza se essa parte foi realmente útil ou se tudo teria sido pior se não tivesse tentado nada!
Começando pelo começo, pesquisei para comprar a caixa de transporte e a única que tinha todos os requisitos e que dava para confiar 100% foi a Vari kennel da Petmate (o modelo Compass da mesma marca me pareceu um pouco mais frágil, mas se for para cachorro menor ou dono menos maluco talvez sirva xD). Ela tem todos os padrões exigidos pelos órgãos reguladores e blablabla. Terrivelmente cara, parcelei em 5 vezes e só encontrei disponível online na Cobasi. Tentei comprar uma pelo mercado livre, que dizia nunca ter sido usada e o cara foi super prestativo em me encontrar em um shopping perto de casa e tal. Infelizmente o tamanho que ele anunciou estava errado e serviria no máximo para a Bu.

Sobre o tamanho, eles recomendam que a caixa seja grande o suficiente para permitir que o animal fique em pé com folga e consiga dar uma volta em si mesmo. No caso do Luke eu tirei suas medidas e vi que ele caberia numa caixa intermediária sem muita margem de conforto, logo teria que ser a grande, onde ele viajou com bastante espaço. Neste caso é melhor sobrar do que faltar e quando cheguei para a inspeção no setor de cargas a caixa foi aprovada na hora.

Caso não ache as caixas dessa marca ou tenha dúvidas sobre o tamanho, é possível tirar uma foto ou levar a caixa até o atendimento da companhia aérea e confirmar se está tudo ok. Não deve haver coisa pior que descobrir na hora que não se pode embarcar com o seu bichinho.

Comprei a caixa quase 2 meses antes para que ele se acostumasse a ela. Segundo dizem, assim o cachorro se sentiria protegido por ela e sofreria menos. Bloqueei a casinha do Luke para que ele usasse a caixa no lugar e deu certo, ele inclusive se abrigava lá quando estava com medo ou frio! Ele ficou sem a caixa por umas semanas porque fiquei com receio que ele roesse alguma parte dela (que é toda de plástico bem duro, só que sei do que os dentinhos dele são capazes) e a coloquei de novo para uso nas últimas 2 semanas.

with lasers!
Informei-me sobre o que poderia ir com ele junto na caixa, porque o cargo onde eles são transportados tem a mesma temperatura da cabine, ou seja, é frio e infelizmente eles não podem ir com roupas e nem mesmo com coleiras para evitar que algo se enrosque e machuque. Coloquei duas folhas de tapete absorvente, uma coberta forrando-as e uma roupa minha velha pra deixar o "cheirinho de mamãe" por perto, haha. Havia 2 potinhos que poderiam ser abastecidos com água ou comida se fosse necessário e mandei à parte um punhado da ração dele, que foi colocado em um saco e grudado no topo da caixa.

Falando em comida e água, eles recomendam que se pare de oferecê-los algumas horas antes da viagem (10 ou 12 horas, não me lembro direito). Os cachorros sobrevivem bem por esse período e evita menos cacas na caixa.

Pedi para a veterinária que receitasse algum remédio para deixá-lo mais calmo e ela me recomendou metade de um dramin, que duraria cerca de 7 horas e seria o suficiente para ele ficar mais calmo na hora tensa de ser colocado no avião e na decolagem. O problema foi que eu não testei como ele reagiria à medicação antes da viagem e depois que você chega no setor de cargas o pessoal não deixa você dar mais nada. Se o cachorro for sedado demais e ficar muito sonolento e cambaleante a companhia se recusa a transportá-lo com receio que ele passe mal depois ou que ele não reaja caso a caixa caia ou algo terrível assim.

O ideal mesmo para fazer um cachorro ficar mais tranquilo antes de uma situação de stress é cansá-lo muito porém no dia da viagem, com tanta coisa para se ver, é um luxo dispor de meia hora que seja para sair andando ou correndo com ele! No meu caso o voo era às 21, eu precisava fazer o check-in às 18 e me pediram para levar o cachorro no setor de cargas às 16, fiquei com menos tempo ainda.

Foi muito bom ter preparado e pesquisado o máximo que pude para essa viagem e mesmo assim fiquei nervosíssima. Se não tivesse feito a lição de casa nem sei o que seria de mim. xD

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Viajando com o cachorro de avião - parte 1: pesquisa e burocracia

Você lê e vê na TV histórias horríveis sobre cachorros viajando de avião, morrendo no compartimento de cargas porque o piloto não sabia que havia um animal lá ou se perdendo em alguma parte do trajeto e a companhia áerea sem saber o que fazer. Mas às vezes você se depara com uma situação que não tem como deixar o cachorro tanto tempo com a sua família (que já vai ficar com as outras duas que tem focinho achatado e não podem viajar) e ele é grandinho o suficiente para não ser aceito na cabine (e não adianta explicar que ele é o cachorro mais bonzinho do mundo).

E foi por essa situação que o Luke passou. Primeiro foi muita pesquisa sobre como seria o processo (inclusive das histórias trágicas) e no fim fomos de United Airlines porque eu já havia comprado a minha passagem que estava em promoção, hehe. Nosso destino era Newark, voo direto, mais de 9 horas, menos chance de perderem um cachorro por aí e tal. Liguei para a central de reservas, que não tinha informação alguma a não ser que eu tinha que ligar no setor de cargas. Ligo lá e a moça só me pediu o e-mail para mandar tudo explicadinho, provavelmente não tava afins de gastar saliva naquele dia. Recebo o e-mail com informações genéricas, descubro que contratar um despachante era obrigatório e lá havia até indicação de 3 empresas.

Não curti essa parte, falei com a veterinária e ela já tinha mandado muito animal pro exterior que não precisou disso, inclusive que o barato parecia ser venda casada! Ligo no escritório do ministério da agricultura (fiquei horas tentando pra descobrir que só existe uma moça lá que sabe de tudo e que não trabalha lá o tempo todo, não recomendo que ninguém passe por isso) e eles confirmaram que não era obrigatório. Ligo na United de novo, eles insistem que é necessário para se manter um padrão de qualidade e blablabla e aquele tom de "você pode tentar ir sem mas aí não garantimos que tudo dará certo".

Isso foi foda, você já tá lá maluca pelas histórias que deram errado, o animal fica desacompanhado por um bom tempo sem que você possa fazer algo por ele. Vai que dá uma merda e depois a companhia lava as mãos? Ok, vamos entrar em contato com o único despachante que tinha página no facebook e algum review ou outro encontrável online, a MM Cargo. Ligo e aguardo por mais um e-mail com mais informações, desta vez mais precisas e um orçamento de cair da cadeira: meu cachorro de 18 kg + 8kg da caixa custaria 1100 DÓLARES para viajar comigo, sendo que 435 era pra United, 315 de taxas do aeroporto e tals (não faço ideia do que eram as siglas e ninguém me explicou) e 380 de comissão para eles + 30% de adicional porque o voo era em um final de semana. 
O valor era absurdo mas, novamente, me senti refém da situação, minha passagem já estava comprada e a companhia forçando essa obrigatoriedade. Se não fosse meu noivo, o cachorro teria ficado e a história teria terminado aqui.  

Fiquei ainda mais revoltada porque sabia que os Estados Unidos é um dos países menos chatos em relação a entrada de pets. Eu precisava comprovar a validade da vacina de raiva (a última dose tinha que ter sido a menos de 1 ano, mas não poderia ter menos de 30 dias e não serve aquela chumbrega que a prefeitura dá de graça), pedir um atestado da veterinária dizendo que o Luke estava apto para viajar (com a data recente em relação a data da viagem) e, com esses dois, emitir o certificado internacional no ministério da agricultura (que também deveria ser emitido a poucos dias da viagem). Para o despachante ainda tive que mandar uma procuração e uma cópia autenticada (odeio cartórios) do meu documento de identidade. Tudo pelo correio, deu um receiozinho, mas pelo menos tudo chegou lá certinho.

No fim a United também pediu um ultrassom abdominal porque o Luke (com certeza) tem mais que 7 anos e portanto considerado idoso (tadinho). Aproveitei que ele tinha que fazer esse exame e também chequei os pulmões e o coração dele. Nos exames apareceram uma pequena arritmia, sedimentinhos nos rins, uns probleminhas na coluna - todos eles causados pelo avanço da idade, nada muito grave. Ele poderia viajar! 

Um mês antes eles fizeram a reserva no cargo do mesmo avião que eu viajaria. Às vezes me mandavam do nada confirmações com datas diferentes e no meio do caminho a United mudou do nada o número do voo, mas no fim a reserva foi feita certinha. O pagamento foi feito na semana da viagem, por depósito bancário.

Essa foi a parte papelatória da história, a mais chata com certeza, e a que o Luke não tem nem ideia que foi necessária para a viagem dele. xD

segunda-feira, 9 de março de 2015

Gastrite

Depois de tanto post falando dos problemas da Kellynha, este é sobre O problema que a Bu teve e que foi o mais recente de todos (espero que meus cachorros passem um bom tempo saudáveis agora!).

Acho que ela já não vinha se sentindo bem há um tempão porque eventualmente ela pulava alguma refeição, ou não comia quase nada por dias, mas a gente achava que era alguma indisposiçãozinha sem muita gravidade. Até que ela parou de comer de vez e, não só isso, passou a vomitar o que tentasse comer e não queria nem beber água.

Mais uma vez a veterinária acertou de cara o problema que depois foi confirmado pelos exames: gastrite. Mesmo acertando, é importante fazer os exames porque falta de apetite e vômito podem ser muitas doenças diferentes. A Bu teve que fazer um exame de sangue e um ultrassom para confirmar que tudo estava OK, exceto o estômago que estava super inchado, cheio de ar e com a camada externa mais "grossa".

O tratamento foi longo e deu muito trabalho, fiz até um esquema no papel com os horários dos remédios e colocava o celular para despertar. Foi o buscopan gotas para tirar a dor, o vonau para segurar o vômito, o sucrafilm (que é líquido) e o gaviz (omeprazol) para protegerem o estômago. Os 3 primeiros são vendidos em farmácias comuns, o gaviz é o único de uso exclusivo veterinário e o mais difícil de encontrar: só achei na Cobasi e com 50 unidades! Todos os remédios sobraram no final. xD

Remédios que a Bu tomava todo dia
Junto com isso comprei uma latinha de ração Hill's Prescripition Diet I/D (aquela linha para cachorros doentes, desta vez para problemas gastro intestinais) que ela não quis comer de jeito nenhum (embora os outros cachorros tenham aprovado o gosto xD).  Tentamos dar frango cozido com arroz, que ela também rejeitou (novamente, para a alegria dos outros).

Duas semanas e pouco depois da Bu sem comer direito, vomitando eventualmente, tendo que molhar com os dedos os lábios dela com água para que ela bebesse algo e tacando uma penca de remédios  que pareciam não fazer efeito, fiquei desesperada e cheguei a pensar que perderia a cachorrinha que achei que fosse feita de ferro =(. Cheguei até a repetir os exames, com foco no fígado, para ver se não teria algum problema lá e graçasadeus não tinha! \o/

O que mudou muito a situação foi ter comprado a mesma ração I/D só que em formato de ração seca. Infelizmente por aqui só vendem em pacotes de 3,8kg e foi bem cara (uns R$135) mas foi o que ela aceitou comer e sem passar mal depois! Ufa! Os grãos também eram meio grandes para a boca dela, então a gente tinha que martelar com aqueles martelos de carne e misturar água morna para que ela pudesse comer os pedacinhos mais facilmente.
Sim, ficava meio parecido com a lata que ela rejeitou no começo. Vai entender.

Demorou um pouco mais de um mês para ela se estabilizar o suficiente para parar com os remédios. Estamos dando às vezes a ração I/D até hoje (sim, sobrou também) e ela recuperou o peso que perdeu mais 2 meses depois. Voltou a ser a Bu sapeca de sempre! Na verdade a impressão que dá é que ela voltou ainda pior, parece que ter ficado de molho, doente e sofrendo fez ela ter mais apego pela vida, hahaha.

E o que desencadeou essa sofrência toda? O dentista, como disse neste post, havia recomendado limpar os dentes dos cachorros usando o Periogard da Colgate. Em um cachorro normal, como o Luke, não teria problema algum; só que a Bu é uma drogadinha que adorava beber esse antisséptico lambendo o que ficava nos dentes ou a gaze, enquanto eu ainda estava passando. Depois de mais de 1 ano fazendo isso, uma hora o estômago reclamou feio. xD
Agora estou passando Orozyme, que é uma pasta sem corantes e sabor e que promete controlar a placa só de encostar em uma parte dos dentes deles. Vamos ver no que vai dar.

Dorgas!
Parece ser uma doença simples, mas não desejo isso nem pro cachorro do pior inimigo (até porque o cachorro nunca tem culpa de ter um dono escroto xD). É terrível ver uma Bu, que é sempre alegre e brincalhona, encolhida pelos cantos, sem ânimo para nada, sem comer, sem beber e emagrecendo cada vez sem poder fazer nada. O tratamento demorou para começar a fazer efeito e mais ainda para recuperar todo o dano. Tem que ter muita paciência, disciplina com os remédios, atenção aos detalhes e dinheirinhos para passar por um perrengue desses.

segunda-feira, 2 de março de 2015

Dermatite alérgica por picada de pulgas (DAPP)

Como já deve ter dado para perceber (e se ainda não deu mais posts surgirão), a Kellynha é a minha cachorrinha mais problemática e a maioria das coisas que ela já deve são inéditas para mim.
Certo dia ela apareceu com uma casquinha de ferida na cabeça; achávamos que ela tinha tacado a cabeça em alguma quina (porque quando ela ouve cachorros latindo na rua fica possuída e sai correndo e latindo malucamente pela sala). No dia seguinte havia uma colonia de feridas que ia do topo da cabeça, passando pelo pescoço, até o peito.

Saímos correndo para a clínica veterinária (a essa altura a médica já reconhecia a Kellynha pelos latidos na recepção) e o diagnóstico foi fácil: DAPP (dermatite alérgica por picada de pulgas) ou simplesmente alergia de pulga. VÉI eu nunca tinha ouvido falar na possibilidade de um cachorro ter alergia de pulga! Eita cachorra premiada, haha!

Pra piorar, eu não aplicava nenhum produto de prevenção com regularidade porque ela não sai na rua e, mesmo que saísse, odeia outros cachorros. Também damos banho em casa, só a levamos no pet shop quando é preciso tosar. Pesquisando depois, vi que nada disso adianta. A pulga pode até pegar carona nas pessoas, chegar em casa e descobrir que tem um animal de pelo fofo para ela usar. Ela também poderia ter usado o Luke, que sai mais, como transporte também. Quando algo assim acontece, é preciso limpar a casa, a cama do cachorro e por onde mais ele fica porque a bichinha nem passa a maior parte do tempo no cachorro, só sobe nele para se alimentar.
A nossa sorte é que provavelmente a Kellynha pegou uma única pulga macho, porque a Bu não teve problema algum!

Voltando para a clínica, a veterinária aplicou 2 injeções nela, um antibiótico (Convenia) e um anti-alérgico (não me lembro o nome); fora isso eu teria que dar um remédio via oral e passar um cicatrizante nas feridas, duas vezes por dia. Essa foi a parte mais chata porque o spray do remédio estava com problema e eu tinha q borrifar em um cotonete e então passar na Kellynha, feridinha por feridinha.

Sorte a minha que ela colaborou bastante!
No fim deu tudo certo, ela se recuperou até mais rápido que a média e não teve nenhuma recaída. Depois disso comecei a passar Frontline regularmente em todos, já que é fácil um passar para o outro, principalmente nos meses mais quentes. Se o cachorro for muito frescurento como as minhas, é bom testar primeiro em uma parte da pele e ver se não há reação alérgica. O único problema é que demorou um pouco pra fazer efeito, eu vi a pulga andar no pelo dela 3 dias depois de aplicado. Pelo menos em algum momento funcionou! Talvez haja marcas mais eficazes, mas tenho receio de mexer em time que está ganhando.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Excesso de peso e problemas nas articulações

Descobrimos mais um novo problema na Kellynha graças ao acaso (e ao ódio que ela tem pelo Luke): estávamos chegando em casa depois de um banho no pet shop, eu me descuidei quando ela estava no meu colo latindo doida de raiva, e eu a deixei cair. Foi um barulho horrível, a gente entrou em casa e ela estava gemendo e mancando. Entrei em pânico, achei que ela tinha quebrado a costela e estava com uma hemorragia interna (dramática, eu?) e corremos pra uma clínica, que não era a que íamos sempre mas sabíamos que estaria aberta em um sábado à tarde.

Cheguei lá maluca, pedindo para ser atendida logo porque a cachorra tinha caído e poderia ser algo grave - inclusive fiquei pleura da vida quando a veterinária preenchia a ficha com tanta calma, haha. Quando ela foi examinar... nada. Estava tudo ok, ela apalpava, puxava as patas e nenhuma reação. Daí ela colocou no chão e a Kellynha andou normalmente, rebolando e tudo. Que vergonha!

Só que nessas puxadas, ela percebeu que a Kellynha tinha deslocamento da patela, ou seja, o osso do joelho dela saía do lugar eventualmente enquanto ela andava. Fizemos um exame de raio-x no laboratório Kether que confirmou o problema (e ela se cagou toda no processo, outra vergonha foda). Um anti-inflamatório chamado Condroton foi receitado mas ela precisava desesperadamente perder peso. Em alguns casos, o joelho melhora só com isso, sem ser necessária uma cirurgia.
Ela também teve que passar um tempão sem subir ou descer escadas e minha mãe improvisou uma escadinha com degraus menores para ela alcançar o sofá.

Bu demonstrando a escada
Veja bem, a Kellynha é um shih-tzu meio mini, a menor da ninhada dela. O peso ideal é em torno de 4 quilos e ela estava com 5,200. Para começar a perder peso pra valer tive que comprar uma ração especial (e portanto cara) da linha Prescription Diet da Hill's, a R/D. É uma linha especial só para cachorros com doenças específicas e é realmente bem eficaz, ela perdeu muito peso nos primeiros meses, além de ter adorado o sabor. Também cortamos todas as regalias, desde as mais absurdas como lasquinhas de pão francês até as aparentemente inocentes como frutas (algumas não tem problema mesmo, mas nessa fase crítica só demos ração).

O pelo ajuda a esconder as pelanquinhas
Depois que ela perdeu boa parte do que deveria, mudamos para a ração Light, pedaços pequenos, desta vez da linha normal, Science Diet. Há duas tabelas a seguir com as quantidades recomendadas por dia, uma para quando ainda há peso para perder e outra para manter. Esta etapa foi mais demorada, talvez cerca de um ano, para mudar de uma tabela para outra.

Mesmo depois de tanto tempo, o apetite dela continua o mesmo porque ela tem cabeça de gorda, hehe. Ela sempre quer mais e às vezes até rouba comida da Bu. Atualmente estamos dando um pouco menos que a tabela para manter recomenda para suprir essas escapadelas - e também porque ela ganhou um pouquinho mais de peso de novo. Ela ainda está no peso ideal mas não podemos descuidar e deixar que ela volte a engordar tudo de novo.

Pronta para arrasar no verão
A gente notou que muita coisa melhorou: ela quase não ronca (antes ela parecia um trator à noite, o ronco era muito parecido com o de um homem!), dá umas corridinhas às vezes e consegue deitar no chão com as patas pra trás. Outra melhora que não era esperada foi nas manchas em volta dos olhos causadas pelas lágrimas. Simplesmente sumiram!
Apesar de ter consertado muita coisa, ela continua muito preguiçosa.

Já a veterinária sempre a elogia quando a vê (o que é meio frequente porque ela sempre inventa uma doença nova), dizendo que deveria ter tirado uma foto do antes e do depois. Ela não esperava que a Kellynha conseguisse emagrecer e muito menos manter o peso porque ela nunca viu um dono manter a disciplina alimentar desse jeito (ou eu sou demais ou eu sou muquirana mesmo, hehehe).

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Insuficiência lacrimal

Tudo começou com uma remelinha (tentei usar secreção no texto, mas não consegui, hehe) meio esverdeada que sempre aparecia nos cantos dos olhos da Kellynha. Não é normal, nem a coloração e nem a frequência; então a levei na veterinária de sempre para ver o que era. Ela deu uma olhada, sugeriu que fosse olhos secos e receitou um colírio que precisava ser manipulado de ciclosporina (que estimula a produção de lágrimas), que deveria ser pingado nos olhos dela uma vez por dia por um mês e ver se adiantava.

Não resolveu muito, diminuiu um pouco mas ainda aparecia um pouco de remela e quando parou desandou de vez. Voltei na clínica, a veterinária de sempre não estava e a outra sugeriu Ciprovet, que é um colírio contra bactérias ou fungos. Este fez menos efeito ainda e nunca mais tive a chance de usá-lo, está aqui guardado no fundo da gaveta.  

Resolvi então marcar uma consulta com uma oftalmologista veterinária, a dra. Graziele Shimamura, indicada por uma amiga de trabalho da minha irmã e que felizmente atendia também em uma clínica perto de casa. A consulta fica um pouco mais cara, principalmente por causa dos testes que ela realizou (ficou em torno de R$280 na época) e ela diagnosticou que a Kellynha tinha insuficiência lacrimal, ou seja, ela não produzia lágrimas suficientes pra hidratar aqueles olhos gigantes dela. Ela realmente deveria ser tratada com ciclosporina, só que duas vezes por dia pelo resto da vida para que não ficasse cega. AAAAAA!

Também descobrimos que em São Paulo só um laboratório está autorizado oficialmente e manipula ciclosporina de qualidade, que é a Ophthalmos. O atendimento lá também é ótimo, tanto pessoalmente quanto por telefone. Eles já tem meu cadastro e de tempos em tempos ligo lá para repetir o pedido. Eles entregam em casa e o pagamento pode ser feito no cartão (por um sistema online não muito prático, porém funcional) ou eles enviam um boleto junto com o produto. Atualmente gasto quase R$200 a cada pedido que inclui 2 vidrinhos de colírio e o frete, cada um dura um pouco mais de um mês e não dá para comprar muitos de uma vez porque vence rápido.


Como disse no post da limpeza de dentes, nada como consultar um especialista que acerta em cheio o problema e recomenda o tratamento adequado. Também é sempre bom checar com o veterinário qualquer alteração que apareça porque uma melequinha era sinal de cegueira eminente!

Fiquei tão traumatizada com isso que, quando algo parecido estava acontecendo com o Luke, logo o levei no veterinário e felizmente era só uma irritação por causa do tempo seco. Neste caso só foi preciso pingar o colírio Lacrima (que tem a composição similar a de uma lágrima, como deu pra ver pelo nome xD e é vendido em farmácias) duas vezes por dia por uma semana.

Pelo sim ou pelo não é sempre bom checar. Logo, logo marcarei uma nova consulta para checar se está tudo indo bem com os olhos dela. Também preciso checar os da Bu porque em algum momento todo cachorro de olho esbugalhado (shih-tzu, lhasa apso e afins) terá algum problema. =(

Os lindos olhos da Kellynha, enquanto ela dorme xD