quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Juntando um gato e um cachorro velhos sob o mesmo teto

Meu noivo tem um gato chatinho chamado Miki, está com ele há uns 8 anos (chutamos que deve no fim ter a mesma idade do Luke), que não é nada sociável mas pelo menos não é daqueles bichos endemonados que atacam as pessoas pelas costas e tal. Foi cogitado que ele continuasse a morar na casa dos pais dele, porque foi a casa que ele sempre morou e tudo mais, mas ao mesmo tempo ele é muito apegado ao meu noivo, é a única pessoa no mundo que ele ama e confia (e é quando ele dá sinais de ser um gatinho manhoso, fora isso ele não tá nem aí com o resto da família xD).

Seguimos algumas dicas que a veterinária do Luke deu e outras que vimos na internet. O cachorro nunca tinha visto um gato de perto e o gato nunca tinha visto um cachorro pessoalmente. Os dois são velhinhos, ambos são medrosos e nada possessivos. Esse foi o jeito que fizemos mas talvez não seja a fórmula perfeita!

Não tínhamos nada a perder se o Miki e o Luke não conseguissem conviver, tentaríamos e se não desse certo ele voltaria para a casa de sempre e pronto. Primeiro esperamos o Luke se acostumar com a casa nova, por mais ou menos um mês, e aprender que aquele seria o novo lar dele. Enquanto isso, levamos uma roupa velha do Luke pro Miki cheirar e uma coberta do Miki pro Luke cheirar. Nenhum dos dois rejeitou a peça, o Luke chegou até a dormir em cima da coberta! (e depois de um tempo aqui o Miki voltou a usar a coberta sem problemas)


E então o Miki chegou. Não deixávamos os dois soltos na casa ao mesmo tempo, quando um estava solto o outro ficava preso no quarto. A sala era o ambiente comum deles. Quando achamos que o Miki parecia tranquilo com os cheiros e espaço, apresentamos os dois através de uma grade. Não deu certo porque o cachorro, que tava acostumado a latir no portão, se sentiu muito corajoso e latiu pro gato, que corajosamente mostrou os dentes e se escondeu embaixo da cama pelo resto do dia.

Foi um grande passo para trás. Esperamos o Miki se sentir mais a vontade de andar pela casa de novo para tentar uma nova reaproximação, desta vez ele ficava dentro da caixa de transporte e o Luke preso pela guia, a uns 10 passos de distância. Esperávamos o Miki ficar numa posição confortável e corrigíamos o Luke sempre que ele tentava alguma reação brusca: ele tinha que aprender a relaxar e não ficar tão curioso sobre o gato. Chegamos até a inverter, colocando o Luke na caixa e o Miki solto. Todos os dias, cada vez deixando a caixa mais perto e o tempo de exposição maior.

"Hmmm... estava só checando este chiqueiro"

Até que um dia, acho que quase 2 semanas depois, sentimos que os dois estavam ficando confortáveis com a presença do outro até que rápido e estando bem perto. Resolvemos abrir a caixa do Miki e depois de um tempo soltar a guia do Luke. Eles já não estavam mais incomodados ou muito curiosos um sobre o outro. Finalmente conseguimos deixar os dois juntos na casa!

Victory!!!

No começo o Miki ainda assustava muito com o jeito desengonçado do Luke e o Luke não entendia muito bem a linguagem corporal do Miki. Com o passar dos dias os dois foram se acertando sozinhos e agora estão no ponto de um roubar a comida e os brinquedos do outro e a compartilhar (não ao mesmo tempo) o mesmo pote de água! Não são melhores amigos, daquelas fotos fofas de animais dormindo juntinhos, mas pelo menos convivem bem, ficam perto, nunca brigaram e isso para nós já está ótimo! Era a minha maior expectativa dado o perfil das crianças, haha.

"Ops. Então... estava só checando de novo"

O gato também está mais feliz no geral: super confortável com o novo lugar, transferiu todas as manias dele, adaptadando-as e também está mais brincalhão, roubando muitas vezes os meus elásticos de cabelo. =P

Como disse antes, acho que o fato de terem a idade avançada ajudou porque cachorro quando é novo e quer brincar é foda, é muita energia e chega a pentelhar demais, haha. No começo foi muito ruim eles serem medrosos, qualquer barulhinho já fazia algum deles pular, mas serem um pouco desprendidos de bens materiais ajudou na hora de compartilhar os cheiros e a conviver no mesmo lugar.