terça-feira, 22 de setembro de 2015

Viajando com o cachorro de avião - parte 4: chegando nos EUA!

Welcome do United States, weee!

Não foi uma recepção muito calorosa, de todas que tive, esta com certeza foi a pior (porque a onda de coco nunca vem pequena, não é mesmo? xD). As filas da imigração só não estavam piores que as da alfândega, todas provavelmente causadas por vários voos que chegaram juntos, incluindo um da Índia. Sério, nunca vi uma fila para sair das esteiras das malas que desse a volta no espaço inteiro! E só porque eu estava ansiosa tive a sorte de pegar o agente que é novo e quer mostrar serviço, fazendo uma penca de pergunta, se sentindo importante por ser sarcástico e que era tão novo no negócio que nem sabia a ordem para colocar as digitais no leitor. Lazarento.

Consegui pegar minhas malas, sair, encontrar com meu noivo e os pais dele e então começar uma nova saga para tirar o Luke do aeroporto. Primeiro andamos pacas pra encontrar o escritório que lida com os pets (eles mudaram de nome e o despachante nos deu direções erradas) e quando finalmente o encontramos fomos informados que a alfândega que libera animais só abriria meio dia e eram seis horas da manhã por uma funcionária que tinha tanta vontade de trabalhar quanto uma samambaia. PQP vei, como assim? Por quê só meio dia? POR QUÊ???

Minha vontade era entrar lá, pegar meu cachorro no colo e levá-lo embora, mas nããão... tivemos que ir, deixar minhas malas, tomei um banho, me alimentei e voltamos para o aeroporto, gastando mais ou menos 1 hora e meia em cada trecho dessa brincadeira e pagando estacionamento mais uma vez.

Chegamos lá de novo mais ou menos 1 da tarde e o Luke estava liberado sem problemas, weee! Tive apenas que mostrar o Draft, que o despachante me deu. Ele deve ter passado tanto medo nesse período todo que ele não ficou super feliz em me ver, estava meio em estado de choque e chorando. Aí eu sou uma manteiga derretida, chorei junto e só não o abracei ali porque ele estava todo mijado, haha. Haviam realmente dado água gelada para ele e não tenho certeza absoluta se ele passeou, mas havia guias e funcionários andando pelo lado de fora com cachorros mesmo. Também nos devolveram todos os documentos envolvidos: a carteira de vacinação, os exames, etc.

Foi meio complicado sair com aquela caixona de lá, os elevadores não davam acesso àquele piso, não há carrinhos de mala gratuitos e meu noivo deu uma baita volta pra conseguir parar o carro ali perto. Graçasadeus a viagem dele estava terminando. Antes ele tinha muito medo de carro, chegou até a fazer um xixizinho certa vez, só que ele estava tão cansado e talvez mais tranquilo, que capotou e dormiu o caminho de volta todo.

Que baderna, mamãe
Depois foi aquele mini auê de limpar a sujeira toda da caixa (Lysol, um produto de limpeza sensacional, me salvou), jogar o pedaço de roupa que tinha fora, isolar a cobertinha na varanda e dar banho no cachorro e secá-lo com secador só pra estragar mais o dia dele, haha. Ele deve ter sofrido muito, mas foi para o bem dele, por uma vida melhor. E agora ele nem quer mais saber de entrar na caixa de transporte. xD

Foi um perrenguinho e a dica final que dou depois de tudo isso é: leve seu pet em uma viagem somente se não tiver jeito mesmo! Se pros EUA, que é mais fácil, eu já achei que foi sofrimento demais, imagina pra esses países que ainda exigem quarentena! Trouxe o cachorro que tinha certeza absoluta que aguentaria a viagem e não traria de jeito algum as outras duas que tenho, de focinho curto, ansiosas e com alguns probleminhas de saúde porque aí sim eu ficaria preocupada que elas não aguentassem. Só abriria exceção se existr alguma companhia que aceite pets na cabine em voos internacionais.

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Viajando com o cachorro de avião - parte 3: o dia da viagem

Estava completamente maluca, babando espuma e a ponto de matar alguém. Além de todas as preocupações normais de uma viagem internacional eu ainda estava temendo ser a responsável por qualquer coisa de ruim que poderia acontecer ao meu cachorro durante a viagem, mesmo que a culpa não fosse minha (porque no fundo eu achava que seria, já que ele estava viajando por minha causa).

Segui todas as recomendações da empresa despachante, cortei a comida, dei uma voltinha pra ele esvaziar a bexiga e preparei a caixa, onde ele entrou só na última hora. Seguimos para o aeorporto sem problemas (trânsito incrivelmente amigável!) e, quando estávamos quase chegando, liguei para um dos despachantes que me encontraria no setor de cargas, conforme também havia sido instruída.

A explicação de onde encontrar o maldito setor de cargas foi a pior possível e não conseguiria explicar direito para ninguém. Sei que depois de muitas voltas, quase entrar em lugares proibidos e perguntar para algumas pessoas, encontramos o tal lugar. Piorando um pouco a situação, só um carro poderia seguir e ainda queriam que fossem só eu e o cachorro (isso não foi possível porque eu não sei dirigir, hehe). Tivemos problemas para tirar a caixa do carro porque o porta mala emperrou e o tiozinho da segurança já estava implicando porque estávamos demorando demais lá dentro, argh!

No fim tiramos o Luke de lá, dei a super volta até onde tinha uma rampa que dava acesso ao lugar onde ele ficaria, desmontamos e remontamos a caixa. O despachante colocou os adesivos exigidos (sobre a orientação da caixa, que se tratava de carga viva, que era um cachorro, meus dados, etc.) e os potinhos.


Ele ficaria esperando em uma salinha lá até o horário de ser colocado no avião, onde já havia um outro cachorro que seguiria no mesmo voo que o nosso (e pra piorar ele ainda iria dormir em um hotelzinho em Newark e seguir para Detroit, sozinho!). Lá estavam despachantes, funcionário da companhia aérea e funcionário do aeroporto que checava a documentação, que percebeu que faltava um carimbo em uma das vias do atestado internacional do Ministério da Agriculura. WHAT???

Sim, o veterinário que fez isso não viu, o despachante que foi lá não viu e o que estava lá comigo teve que correr até o terminal 3 (que ficava bem longe dali) para regularizar a papelada! Enquanto isso fiquei lá, com o Luke na coleira, conversando com uma despachante e o funcionário da United, que me deixaram bem tranquila. Eles disseram que é muito comum animais viajarem, que às vezes aquela sala ficava cheia de bicho que viajava desacompanhado e que realmente o que vai pra mídia são as histórias de horror. Também me adiantaram que chegando nos EUA dariam água, talvez oferecessem comida se fosse um voo maior que 12 horas e que até dariam uma volta com ele.

Depois de mais ou menos 1 hora, o despachante voltou, teve que recarimbar e assinar todas as vias por se tratar de outro veterinário mas que agora estava tudo certo. Luke entrou na caixa e eu teria que seguir pro meu check-in. Novamente acharam ruim que minha irmã ficou me esperando lá muito tempo. É chato, mas os caras devem ter muito medo de assalto de carga!

Quando entrei no avião, a primeira coisa que fiz foi perguntar para um comissário de bordo se ele teria como me avisar se meu cachorro estava dentro do avião. Ele foi muito solícito, decorou o acento onde eu estava e um pouco depois que a porta fechou ele veio me trazer um papel que o piloto recebe confirmando que os cachorros estavam lá. Ufa!


Acho que fiquei tão tensa e de repente relaxei quando vi que tudo parecia estar certo que dormi como nunca durante a viagem, coisa que geralmente não faço porque não consigo me ajeitar muito bem na poltrona!
Agora só faltava mais um pouco pra todo aquele auê terminar! >_<

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Viajando com o cachorro de avião - parte 2: preparação

Até hoje não tenho certeza se essa parte foi realmente útil ou se tudo teria sido pior se não tivesse tentado nada!
Começando pelo começo, pesquisei para comprar a caixa de transporte e a única que tinha todos os requisitos e que dava para confiar 100% foi a Vari kennel da Petmate (o modelo Compass da mesma marca me pareceu um pouco mais frágil, mas se for para cachorro menor ou dono menos maluco talvez sirva xD). Ela tem todos os padrões exigidos pelos órgãos reguladores e blablabla. Terrivelmente cara, parcelei em 5 vezes e só encontrei disponível online na Cobasi. Tentei comprar uma pelo mercado livre, que dizia nunca ter sido usada e o cara foi super prestativo em me encontrar em um shopping perto de casa e tal. Infelizmente o tamanho que ele anunciou estava errado e serviria no máximo para a Bu.

Sobre o tamanho, eles recomendam que a caixa seja grande o suficiente para permitir que o animal fique em pé com folga e consiga dar uma volta em si mesmo. No caso do Luke eu tirei suas medidas e vi que ele caberia numa caixa intermediária sem muita margem de conforto, logo teria que ser a grande, onde ele viajou com bastante espaço. Neste caso é melhor sobrar do que faltar e quando cheguei para a inspeção no setor de cargas a caixa foi aprovada na hora.

Caso não ache as caixas dessa marca ou tenha dúvidas sobre o tamanho, é possível tirar uma foto ou levar a caixa até o atendimento da companhia aérea e confirmar se está tudo ok. Não deve haver coisa pior que descobrir na hora que não se pode embarcar com o seu bichinho.

Comprei a caixa quase 2 meses antes para que ele se acostumasse a ela. Segundo dizem, assim o cachorro se sentiria protegido por ela e sofreria menos. Bloqueei a casinha do Luke para que ele usasse a caixa no lugar e deu certo, ele inclusive se abrigava lá quando estava com medo ou frio! Ele ficou sem a caixa por umas semanas porque fiquei com receio que ele roesse alguma parte dela (que é toda de plástico bem duro, só que sei do que os dentinhos dele são capazes) e a coloquei de novo para uso nas últimas 2 semanas.

with lasers!
Informei-me sobre o que poderia ir com ele junto na caixa, porque o cargo onde eles são transportados tem a mesma temperatura da cabine, ou seja, é frio e infelizmente eles não podem ir com roupas e nem mesmo com coleiras para evitar que algo se enrosque e machuque. Coloquei duas folhas de tapete absorvente, uma coberta forrando-as e uma roupa minha velha pra deixar o "cheirinho de mamãe" por perto, haha. Havia 2 potinhos que poderiam ser abastecidos com água ou comida se fosse necessário e mandei à parte um punhado da ração dele, que foi colocado em um saco e grudado no topo da caixa.

Falando em comida e água, eles recomendam que se pare de oferecê-los algumas horas antes da viagem (10 ou 12 horas, não me lembro direito). Os cachorros sobrevivem bem por esse período e evita menos cacas na caixa.

Pedi para a veterinária que receitasse algum remédio para deixá-lo mais calmo e ela me recomendou metade de um dramin, que duraria cerca de 7 horas e seria o suficiente para ele ficar mais calmo na hora tensa de ser colocado no avião e na decolagem. O problema foi que eu não testei como ele reagiria à medicação antes da viagem e depois que você chega no setor de cargas o pessoal não deixa você dar mais nada. Se o cachorro for sedado demais e ficar muito sonolento e cambaleante a companhia se recusa a transportá-lo com receio que ele passe mal depois ou que ele não reaja caso a caixa caia ou algo terrível assim.

O ideal mesmo para fazer um cachorro ficar mais tranquilo antes de uma situação de stress é cansá-lo muito porém no dia da viagem, com tanta coisa para se ver, é um luxo dispor de meia hora que seja para sair andando ou correndo com ele! No meu caso o voo era às 21, eu precisava fazer o check-in às 18 e me pediram para levar o cachorro no setor de cargas às 16, fiquei com menos tempo ainda.

Foi muito bom ter preparado e pesquisado o máximo que pude para essa viagem e mesmo assim fiquei nervosíssima. Se não tivesse feito a lição de casa nem sei o que seria de mim. xD